Ocorreu, aqui na Prossiga o primeiro Journal Geronto, nossa equipe se reuniu, na sexta feira dia 22 de fevereiro, para revisar uma metanálise que saiu recentemente na JAMA Internal Medicine. A nossa estagiária Tatiana Vasconcelos, apresentou o artigo da Barreto, et al., 2018, sobre a associação do treinamento de exercícios de longo prazo com o risco de quedas, fraturas, hospitalizações e mortalidade em idosos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que em 2050 existirão cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo com mais de 60 anos de idade, e com o aumento da longevidade é necessário atentar-se sobre às perdas inerentes ao processo de envelhecimento. Nesse sentido, ressalta-se a importância da prática de exercícios físicos para minimizar tais impactos. Pesquisas apontam benefícios com relação à melhoria de funções motoras e cognitivas, evidenciando o aumento da capacidade funcional e da memória, o que previne a perda da independência e da autonomia nas atividades de vida diária, quadro característico das doenças neurodegenerativas típicas do envelhecimento como as demências e a Doença de Parkinson. Já no âmbito psicológico, evidências sugerem melhora da autoestima e do bem-estar, o que pode vir a prevenir as manifestações depressivas.
Barreto (2018) também destaca em seus estudos que a prática de exercícios físicos por um período de 12 meses ou mais, reduz os riscos de quedas leves e graves, ratificando a importância de manter-se em movimento, já que segundo informações do Ministério da Saúde a queda pode sinalizar o início de fragilidade ou indicar doença aguda, que além de pro\blemas médicos, apresentam custo social, econômico e psicológico, aumentando a dependência e a institucionalização. Outra questão importante diz respeito às hospitalizações e internações, ou seja, o processo de senilidade gera uma maior procura dos serviços de saúde, consequentemente, as internações hospitalares tornam-se mais frequentes. Barreto (2018) não observou diferenças significativas ao correlacionar a prática a longo prazo de exercícios físicos e os riscos de hospitalizações.
No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, com a prática regular de atividade física é possível controlar e prevenir diversas doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, e suas respectivas complicações constituem a primeira causa de hospitalização no sistema público de saúde do Brasil e ainda podem estar relacionadas ao desenvolvimento de outras enfermidades. Recomenda-se, portanto, que a prática de atividade física deve fazer parte do processo de envelhecimento, pois a adoção de um estilo de vida ativo pode proporcionar diversos benefícios à saúde.
por Tatiana Vasconcelos